Baixa Estatura Infantil: Como Identificar e Tratar o Problema
- Júnia Leite
- 24 de set. de 2024
- 3 min de leitura

Você acha que o crescimento do seu filho não está seguindo o esperado? O endocrinologista pediátrico pode avaliar se ele tem algum problema no crescimento e indicar o tratamento mais adequado. Entender os sinais que podem indicar a baixa estatura é o primeiro passo antes de procurar ajuda médica.
Como ocorre o crescimento infantil?
O crescimento infantil segue padrões previsíveis. No primeiro ano de vida, o aumento de altura chega a 25 cm. Esse número diminui progressivamente nos anos seguintes: no segundo ano de vida, a média é de 12 cm, e no terceiro, entre 7 e 8 cm. A partir dos quatro anos até a puberdade, a criança cresce de 5 a 7 cm por ano. Durante a puberdade, o crescimento pode acelerar novamente, chegando a 10 a 12 cm por ano, para depois diminuir até cessar entre os 15 e 20 anos de idade.
Fatores genéticos, como a altura dos pais, e o hormônio do crescimento (GH) são os principais determinantes da altura final. No entanto, outros fatores, como nutrição, atividade física, presença de doenças crônicas e até questões emocionais, podem influenciar o crescimento.
Sinais de alerta para a baixa estatura
Um dos sinais mais simples de que o crescimento da criança pode não estar adequado é quando suas roupas ou sapatos não ficam apertados por um longo período. Além disso, se a criança for significativamente mais baixa que seus colegas da escola, isso também pode ser um indicativo. Consultas regulares ao pediatra, com medição e acompanhamento em curvas de crescimento, são essenciais para monitorar esses sinais.
Caso a curva de crescimento da criança esteja muito abaixo da média familiar, é importante consultar um especialista, que solicitará exames de sangue e radiológicos para investigar as causas.

Baixa estatura idiopática
A baixa estatura idiopática (BEI) é caracterizada pela altura da criança ser significativamente menor do que a média para sua idade e sexo, sem que haja uma causa clínica identificável, como desnutrição ou doenças crônicas. Ela representa cerca de 80% dos casos de baixa estatura.
Existem dois fatores principais de risco para a BEI:
Baixa estatura familiar (BEF): a criança tem uma estatura baixa geneticamente herdada, com crescimento normal e idade óssea compatível com a idade cronológica.
Atraso constitucional do crescimento e puberdade (ACCP): aqui, a estatura familiar não é baixa, mas a criança cresce em um ritmo mais lento, com puberdade tardia, o que afeta temporariamente o crescimento.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da baixa estatura idiopática é feito após a exclusão de outras condições médicas, como problemas hormonais ou desnutrição. Exames de sangue, como os que medem os níveis do hormônio do crescimento (IGF-1 e IGFBP-3), e exames de imagem, como o raio-X do punho para verificar a idade óssea, são fundamentais para uma avaliação precisa.
O tratamento depende da gravidade do caso e pode envolver desde a melhora da nutrição até a reposição do hormônio de crescimento (GH). Quanto mais cedo o problema for diagnosticado e tratado, maiores são as chances de a criança alcançar uma estatura final dentro dos padrões normais.
Quando procurar um especialista?
Se houver suspeita de que o crescimento do seu filho está atrasado ou diferente do esperado, é importante consultar um endocrinologista pediátrico. Ele poderá avaliar as causas e orientar sobre o tratamento mais adequado para garantir que a criança tenha o melhor desenvolvimento possível.
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